A glicose é um tipo de açúcar que circula no sangue e é a principal fonte de energia para as células do corpo. O nível de glicose no sangue, ou glicemia, é regulado por hormônios como a insulina e o glucagon, que mantêm o equilíbrio entre a entrada e a saída de glicose das células.
Quando esse equilíbrio é alterado, pode ocorrer hiperglicemia (glicose alta) ou hipoglicemia (glicose baixa), que são situações que podem trazer riscos à saúde. Por isso, é importante medir a glicose regularmente, especialmente para pessoas que têm diabetes, uma doença crônica que afeta a produção ou a ação da insulina.
Como medir a glicose?
A forma mais comum de medir a glicose é através de um aparelho chamado glicosímetro, que usa uma pequena amostra de sangue obtida por uma picada no dedo. O resultado é mostrado em miligramas por decilitro (mg/dL) ou em milimoles por litro (mmol/L).
Veja neste vídeo do canal Um Diabético onde ele mostra como fazer a medição com o glicosímetro:
Existem também outros métodos de medição da glicose, como:
- Hemoglobina glicada (HbA1c): é um exame de sangue que mostra a média da glicose nos últimos três meses. É usado para avaliar o controle do diabetes e o risco de complicações.
- Frutosamina: é um exame de sangue que mostra a média da glicose nas últimas duas a três semanas. É usado para monitorar mudanças na terapia do diabetes ou em situações especiais, como gravidez ou anemia.
- Sensor de glicose: é um dispositivo que é implantado sob a pele e mede continuamente a glicose no líquido intersticial. Os dados são enviados para um monitor ou um smartphone, que mostram as variações da glicose ao longo do dia.
Por que medir a glicose regularmente?
Medir a glicose regularmente é fundamental para o tratamento e a prevenção do diabetes e de suas complicações. Alguns dos benefícios são:
- Permite ajustar a dose de medicamentos, como insulina ou antidiabéticos orais, de acordo com as necessidades do organismo.
- Ajuda a identificar os fatores que influenciam na glicose, como alimentação, atividade física, estresse, infecções, etc.
- Auxilia na prevenção e no tratamento de episódios de hiperglicemia ou hipoglicemia, que podem causar sintomas como tontura, suor, palpitações, confusão mental, convulsões, coma ou até morte.
- Reduz o risco de complicações crônicas do diabetes, como problemas nos olhos, nos rins, nos nervos, no coração e nos vasos sanguíneos.
Qual é a frequência ideal para medir a glicose?
A frequência ideal para medir a glicose depende de vários fatores, como o tipo e o estágio do diabetes, o tipo e a dose de medicamentos, os objetivos terapêuticos e as condições clínicas individuais. Em geral, recomenda-se que as pessoas com diabetes tipo 1 meçam a glicose pelo menos quatro vezes ao dia: antes das refeições e antes de dormir. Já as pessoas com diabetes tipo 2 podem medir a glicose uma ou duas vezes ao dia: pela manhã em jejum e duas horas após o almoço ou o jantar.
No entanto, essas são apenas orientações gerais e cada caso deve ser avaliado pelo médico ou pela equipe de saúde. Além disso, pode ser necessário aumentar a frequência da medição em situações especiais, como:
- Mudança na terapia do diabetes
- Doença aguda ou infecção
- Gravidez ou planejamento familiar
- Viagem ou mudança de fuso horário
- Atividade física intensa ou irregular
- Sintomas de hiperglicemia ou hipoglicemia
Como interpretar os resultados da medição da glicose?
Os resultados da medição da glicose devem ser interpretados com base nos valores de referência estabelecidos pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), que são:
- Glicose em jejum: entre 70 e 99 mg/dL (ou entre 3,9 e 5,5 mmol/L)
- Glicose duas horas após as refeições: até 140 mg/dL (ou até 7,8 mmol/L)
- Hemoglobina glicada (HbA1c): até 6,5% (ou até 48 mmol/mol)
Esses valores podem variar de acordo com a idade, a presença de outras doenças e os objetivos terapêuticos de cada pessoa. Por isso, é importante consultar o médico ou a equipe de saúde para definir as metas individuais de controle da glicose.
Como registrar e compartilhar os resultados da medição da glicose?
Registrar e compartilhar os resultados da medição da glicose é uma forma de acompanhar o progresso do tratamento e de obter orientações e apoio da equipe de saúde. Existem várias formas de fazer isso, como:
- Usar um caderno ou uma planilha para anotar os valores da glicose, a data, a hora, a dose de medicamentos, os alimentos consumidos, a atividade física realizada e outros fatores relevantes.
- Usar um aplicativo ou um software que armazene e analise os dados da glicose, gerando gráficos e relatórios que podem ser enviados por e-mail ou mensagem para o médico ou a equipe de saúde.
- Usar um sistema integrado que sincronize o glicosímetro ou o sensor de glicose com um monitor ou um smartphone, que transmita os dados para uma plataforma online, que possa ser acessada pelo médico ou pela equipe de saúde.
Independentemente do método escolhido, é importante registrar e compartilhar os resultados da medição da glicose regularmente, pelo menos uma vez por mês ou conforme a orientação do médico ou da equipe de saúde.
Nunca deixe de acompanhar seus níveis de glicose
Medir a glicose regularmente é uma prática essencial para o controle do diabetes e a prevenção de suas complicações. Ainda mais quando você está tomando um medicamento novo recomendado pelo seu médico ou controlando a diabetes naturalmente. Para isso, é preciso escolher o método mais adequado para cada caso, seguir as recomendações de frequência e horário das medições, interpretar os resultados com base nas metas individuais e registrar e compartilhar os dados com o médico ou a equipe de saúde. Assim, é possível ajustar o tratamento e melhorar a qualidade de vida das pessoas com diabetes.
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